quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


-Minha filha está tão calada hoje, disse meu querido pai na mesa de café da manhã.
Assim permaneci.Pedindo desculpas ao meu pai por pensamento, pelo meu silêncio infindável.
Vontade enorme de me jogar nos braços de meu pai pra receber carinho e afeto.Um alento.Mas imóvel fiquei tomando a xícara de café amargo como meu coração.
Tenho uma consulta marcada com um psiquiatra.Marquei no mesmo dia em que aquele que me fazia feliz, pôs um fim em tudo dizendo que não mais sentia coisa alguma.E que tudo que me dizia antes era apenas pra me agradar , pra me deixar segura.E que falaria pra qualquer mulher , sim, qualquer mulher a quem estivesse namorando.
Eu já previa todo o meu caos.Sei da intensidade de todo o meu sentir , principalmente minhas tristezas.Marquei a consulta, por que estava prestes a pirar.
E é esta sensação que tenho quando escovo os dentes muitas vezes por dia sem nem mesmo ter comido nada.Quando ando da sala ao banheiro, ao quarto, e não tenho a minima ideia do que fazer.Quando chóro rios de lágrimas só de ver qualquer casal na rua.Quando chego em casa depois de beber como um pândego, e corto com um gilete enferrujado, o ventre, os seios, as coxas.Só pra ter o prazer de sentir meu sangue escorrendo e ter certeza que ainda estou viva.E ainda me contentar com os cortes superficiais , para não ter corajem de cortar a aorta e pôr fim em tudo.
Não consigo deixar de pensar nele.Não consigo...
Tenho medo de encontrá-lo com alguém.Não quero sair pra lugar algum, com um super medo de encontrá-lo abraçado com alguém .Não quero saber...Não quero saber.Talvez fosse o fim...
Estou indo ao psiquiatra...com o ventre lotado de cortes superficiais, olheiras gigantescas,olhos lacrimejados e o hálito de vodka.

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