segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mário Quintana

"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos...Mulheres são como maçãs em árvores.As melhores estão no topo.Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar.Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo.Mas são fáceis de se conseguir.Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas,quando na verdade, eles estão errados...Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar.Aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."

Dias ruins

Ás vezes me sinto uma pessoa ruin.Tendo á pensar: Será que faço algum bem pra humanidade?Será que meus amigos são realmente meus amigos?Será que faço alguém realmente feliz?Será que meus pais se orgulham de ter me gerado?
Dias ruins esses que tudo parece cansaço.Olho a Lua e nada vejo.Olho o espelho e nada vejo.Olho o passado e nada vejo.Olho o futuro e nada vejo.Olho o presente e nada vejo.
Procurando as mesmas respostas de sempre.O que fazer? o que estudar?Com quem ficar? Pra onde ir?O que ler?O que desejar? O que admirar?
Enfim...muitas são as perguntas, e poucas as respostas.
Tudo anda parecendo cinza .
Ajo como se houvesse um plano diabólico sendo engendrado contra mim, perseguida, desorientada.
Sofro.
Esta semana, já planejei milhoes de coisas para se fazer no futuro.Dança, teatro, capoeira, musica, filosofia, yoga, ter um filho...Mas tudo que acho que realmente preciso é de um remédio para a solidão.Não da solidão romantica e passional.Mas da solidão metafísica... da solidão existencial.Essa provavelmente sem cura, e sem descoberta.
Invejo qualquer ser feliz e decidido da face da terra.Até uma borboleta.
As borboletas são tão decididas a colher e espalhar o pólen da flor.Quão felizes são as borboletas.
Ah se eu nacesse bicho...

O que era seu esta rasgado agora

Tudo que era seu esta rasgado agora
E quem disse que doeu?
Vá se embora cão maldito
Aqui você não encontra lugar pra se apoderar
Vai, se manda
Não pago mais uma gota da tua cerveja
Não te escrevo mais um réles poema
Não finjo mais nenhum orgasmo
Não te beijo mais nenhum olho

Vai se manda
Nem tua mãe respeito mais
Teus poemas?São lixo agora
Teu perfume?Esgoto
Tua carne?Gosma sangrente
Teu canto?Ruído.

E nem me fale nenhuma palavra doce...
São todas amargas agora
Tu não tens mais mestria
Tu não tens mais reino nenhum
Vá se mande
E não volte nunca mais

Preta Cor

Tu preta de brilho
Tu,preta tão pura
Tu,preta de gestos
Tu,preta de loucura

Tu,que mal não pensas
Tu , que do mal não provas
Tu, que contra o mal luta brava
Tu, que com o mal não se assola

Tu, criação do bem
Tu, beldade insólita
Tu , por tudo zen
Tu, desejável senhora

Tu, que se cria
Tu, que se educa
Tu, que se venera
Tu, que se assusta...


Tu, corpo esculpido
Tu, sangue latente
Tu, amor desmedido
Tu, imagem ascendente.

Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.

Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são

Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa

É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.



Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.

Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são

Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa

É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.

Ops!

Tubérculo comestível
Legume é o nome
O que quero tanto na boca
Pra sentir
Pra comer
Pra beber em volumes

Vasto campo verde,
Este que comercializo
Este mesmo o de sempre
O mesmo que tanto falta
O que quero
O que desejo
Abrir

Legume com dedos e olhos
Trava-línguas
Cerestas, serenatas
Poesias e poesias
Valas, valões, ventiladores

De dores, de dores
De ais e uis
De olhos virados
Suor que cai da testa
E salvem a América

Legume de campo verde
Que também é cor de legume
Verdes plurais
Verdes de verde de cabelo
Verde, verde
Vê-de, vê-de
De-ver, de-ver

Pára ó legume
Dentro dos rins
Transcende!
Triplifica
Trovador
Três
Treco, troço, traste

Frases recortadas de Clarice Lispector

Minhas desiquilibradas palavras são o eixo de meu silêncio.Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas-escrevo por profundamente querer falar.Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio"

"Eu que sou tudo isso devo por sina e trágico destino só conhecer e experimentar os ecos de mim, por que não capto o mim propriamente dito."

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível de fazer sentido.Eu não quero é uma verdade inventada."

"Sou implícita.E quando vou me explicar perco a úmida intimidade."

"Vou te falando e me arriscando a desconexão.Sou subterraneamente inatingível pelo conhecimento."

"Voltei.Estou pensando em tartarugas.Uma vez eu disse por pura intuição que a tartaruga era um animal dinossáurico.Depois é que vim ler que é mesmo.Tenho cada uma.Um dia vou pintar tartarugas.Elas me interessam muito.Todos os seres vivos que não o homem são um escândalo de maravilhamento e sobrou muita matéria prima - it - e formaram-se então os bichos.

"A ausência de Deus é um ato de religião."

"Só o errado me atrai, eu amo o pecado, a flor do pecado."

"AH viver é tão desconfortável.Tudo aperta: o corpo exige , o espírito não pára, viver é parecer ter sono e não poder dormir - Viver é incômodo - não se pode andar nu , nem de corpo nem de espírito."

Destroços

Do coração do trem fantasma
Sangue
Sangue cênico
Sangue de veias
Vi o sangue jorrar

Paredes, quatro
Acentos, chapéus de palha
Ela ainda endividada
Com céus e terras
Terras quentes
Ela vivendo o inferno

Morte, ela vestindo
Do coração do trem fantasma,
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico
Era volúvel , proeminente
Era divino e onipotente
De ímpar paladar

As portas se abriam
Ranger de dentes
Lastimas gritantes
Do coração do trem fantasma
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico.

Alegria de Macumba

Ó alegria
Alegria esta que varre
Ruas e avenidas sujas
Me incolumiza
Me resoluta

Alegria de minhas vísceras
Alegria do peito que não arde
Prontifica
Viabiliza
Alegria saltitante
Quimera de macumba

Vasta alegria
Alegria plural
Ímpar e volátil
Esta é a ...
Prece, voz, corpo, euforia.

Paraliza e une
Alegria, alegria
Façamos alegria
Comemos alegria
Corporifiquemos alegria
Vasta, única, presente
Alegria!