sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Salvação Idônea

A inquietação me devassa
Cá, as senhoras idosas gritam por iluminação divina.
Eu peço num vozerio alarmante
por um anti-repouso.
Um congratulamento luciférico.

Uma doença de pele
Um xis
Um vácuo
Um derrubamento da beleza

Destruo o que é sentido sutil e boníssimo.
VIva o feio
o alarmante
o medonho
Viva a devassidão da alma.
Viva a carne
as chacinas
Viva o que é nefasto e repugnante.
Viva a vontade, a flor da vontade..

Agora mesmo de córcoras ,com o sexo aberto
Rescendendo o odor nauseante do pecado,
Imploro por uma vaga essência
obliterada e sanguessuga.
Encarnar-se em meu ventre verminoso
Ávido de pestilências...

Desnorteio

Desnorteio

Aqui meus lapsos de memória
me agonizam a cada segundo diuturno
Não aspiro o repouso,
posto que Cristo não é meu rei!
Quero minha alma perfurada de cactos verdejantes, espinhos, estacas...
Sangro espuriamente!

Nunca me compreenderão, e não o quero!
Um passo em falso
Pusilânime!

Vagueio entre eles,
como um vaga-lume entre os clarões solares...

Bebês histéricos me gritam aos ouvidos.
Minha ordem corpórea fremirá...

Blasfemarei onomatopéicamente
e pedirei em orações esquizofrênicas por orgias sanguinárias.

Os poetas se atiram em abismos


Não desças com tua mão decepada
nos teus prórpios abismos
alegres e insuficientes
Donde crias
porcos cornudos e vaca ovíparas

Te falta pausas
sílabas e predicados
Tefaltam breves, colcheias...
Te falta alegria
A mesma alegria que teu abismo te oferta,
e que por isso te submete a morte adocicada.
Tuas estrelas te perfuram ;
Teus mares te afogam;
Tuas noites te devoram;
E tuas mentirinhas te adoram.

Sente-se entao...
Tome alguns barbitúricos com jujubas coloridas.
Brinque de gangorra com teu desespero,
e aponte teu dedo médio para o ar poluído.

Sombra


O que sera que ousam pensar de mim, os doidos amantes;
os mestres isolados,
as meninas probas,
os bichinhos de pelúcia?
Euforia e lascívia me latejam o peito...

Valho-me de cançoes e be-á-bás.
Trago os chinelinhos de dedo nos dentes,
e não sei pra que serve roupas ítimas.
Retrógrada e inconstante, não creio em verdades.
Um amontoado de cacos e pestilências.
Mas sobretudo, a felicidade me habita, me pulsa...
Danço estericamente, faço cena.

Que nunca me tragam análises!
Preciso de mistérios, de auto-mistérios...
E sem cor, sem panos, sem prefumes,
me abandonem na morte feliz...
nos quatro cômodos do ataúde.

Vácuo




Enumerando frases feitas
Rabiscando versos tortos
Tragando cigarros franceses
Absorvendo anedotas, ambivalências, amarguras...

Visito todo saturado dia
Esse meu patamar místico...
COm tantos dissimulados sofismas
Adormeci uma das pernas,
e 1/12 do coração vacante...

Ele se entorpecia todas as musicais noites
E amanhecia sempre com o sexo exorcizado
e como um certo sorrisinho de satisfação libidinosa...
Impregnando o ar e a boca com cheiro de jasmin.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Vá embora querido!!




Não querido
Não venha me dizer que estou gorda, que engordei, ou que já fui mais magra...Não, de maneira nenhuma sei comer alface no almoço...eu como porcos, dos mais imundos!!
Não querido não venha me reclamar sobre o possivel esticamento da minha pele...das linhas, ou rugas, ou buracos...
O que importa?
Minha pele sensível a qualquer toque ou porrada grita agora impropérios e sangramentos.
Não querido, não me diga que sou tua.
Não nasci de casca, nasci de fenda...a mesma fenda que insiste em enterrar teu simbolo viril e soltar um gritinho sem jeito depois que tudo acabar...
Não penses que sou a esposa perfeita, dessas fiéis e traídas (ao mesmo tempo) que espera calada a tua volta envolta numa névoa de lençois finos, vestida na cor que você gosta.
Não querido , não me venha colocar leite nos peitos, e gente no ventre.
Não sou dessas que embala bebês nos braços, enquanto você se diz homem de encantos.
Não querido , não me venha dizer que devo mostrar as pernas , o cólo, ou qualquer coisa indecifrável do corpo.Não me venha dizer que meu prazer de ser é ser de alguem.Que nao vivo feliz sem a tua companhia, que sofreria sem a tua metafisica.Não me venha dizer que vou ficar pra titia,ou pra vovó ou pra mamãe ou pra qualquer parente desimportante por que nao sei ser propriedade de homem.Nao me venha dizer que devo ser linda o tempo todo, fragrante o tempo todo, educada o tempo todo e que devo sofrer em cima de um salto alto altissimo. Que devo saber cozinhar mais que um ovo, que devo saber me portar na mesa e na cama (ponderada o tempo todo).Nao me diga Te amo nunca.Sei bem que teu amor nao vem de lugar diferente que de tuas coxas machistas, e que escorre rapidinho.
Não querido!!!Não querido!!!Não querido!!!!
Não me chame de vadia só por que meu coração está em pulos sórdidos por outro alguém que nem sei quem...Você faz pior!!!Eu amo de verdade , você mente, devora, goza...e depois fecha o zíper.
Não venha me dizer que devo te esperar no cais de uma amor terrorista...vai embora querido...vá, e leve tuas cuecas samba-canções e discos de samba.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

4


Vem dessas noites de perdição,
ou comunhão amiga.
Eleva os olhos, balança a cabeça.
Senta, olha o espelho
Imagina sempre os beijos ausentes.

Interpela sempre o horario escuro, invariável...
De que será que tem medo?
Do trem ou so homem dissoluto parado em frente?
Será que ela surfa?
Será que ela mastiga?
Indefinições?

Se lembra da queda de seu muro,
que a bifurcava em dois pólos magnéticos:
um de repulsão outro de agonia.

Um beijo molhado, divertido
Que numa dessas noites obscenas,
Um palhaço escafandrista do Rio Letes,
lhe ofereceu com olhos amenos e pernas cruzadas.
Seduziu sua alma
Digeriu seu corpo
e ruminou...

Trovas Púrpuras Coincidências


O que tentei expor
não foi loucura,nem improbidade.
Foi amor...
O único que arrebentou minhas tênues veias.
E me transpassou os músculos azuis.

Ingênuo e dissoluto.
O mesmo de nunca e agora e sempre-
O que tentei pôr nos pratos não foi auroras..
Nem pães doces...
Foi amor solene e somente.

E ademais
Finjiu ser notório
Encenou alguns gemidos
Cheirou meus cabelos
Ofereceu-me agasalho, saliva e cerveja...
Me lançou um último olhar,
E se aliou às concubinas estrangeiras.

Eu ainda,
embebida nesse mesmice que não é suave
E inibe cousas outras
Eu espero...