Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos...
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não despreze a meditação doméstica.
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurando
e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
Quem de nós duas é a mais voluptuosa?...e quem de nós duas a mais sapiente?
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Da chegada do amor
Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.
Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.
domingo, 30 de novembro de 2008
Chega de Mallu Magalhães
O negócio é escrever com sinceridade (algo que muitas vezes incomoda as pessoas), discutir com argumentos sólidos, sem cair na vala comum dos clichês emburrecedores e não ter receio de emitir minhas opiniões.
Sim, eu sei que isso anda meio fora de moda neste País envolto pela névoa do bundamolismo, onde tudo é "genial", onde fatos medíocres são transformados em notícias relevantes - o que interessa saber que um ex-BBB foi visto comendo um pastel de palmito na beira da praia? - e onde a tendência é pensar bem pequenininho para não desagradar a massa com baba elástica e bovina escorrendo pela boca (obrigado, Nelson Rodrigues!).
E para começar, nada melhor que abordar o desequilíbrio que existe hoje entre a relevância artística e a atenção dada pela mídia. E nada pode ser mais emblemático disso que a absurda e totalmente desproporcional paparicação em torno de uma menina que mal saiu de seus dezesseis anos. É, é ela mesma. Estou me referindo a Mallu Magalhães. São incontáveis os exemplos de babação de ovo explícita em cima de uma garota cujo grande atrativo está no fato de gostar de Johnny Cash e Neil Young quando deveria estar curtindo, sei lá, metal gótico cafona, emos chorões e discos empoeirados do Raul Seixas e Legião Urbana. Tudo aconteceu cedo demais a ela.
Tudo bem, ela tem lá seu carisma, mas suas apresentações emanam uma vibração meio amadora, de quem ainda tem muito chão pela frente antes de merecer a alcunha de "artista". Seus shows - agora, no auge do hype, sempre lotados - não trazem uma platéia ávida por ouvir boas canções, algo que a menina ainda não tem, mas sim um bando de gente que quer fazer parte de uma "tchurma mudérna", como se a visão de uma garota empunhando um violão em cima do palco fosse um passaporte para a modernidade. E de nada ajuda o fato de o cenário musical indie/pop/rock brazuca, salvo raras exceções, ser mais fraco que café de orfanato, com uma grande quantidade de cantores, cantoras e instrumentistas fraquíssimos, incensados por críticos surdos - para dizer o mínimo. Cadê o Cansei de Ser Sexxy? Cadê o Bonde do Role? Pois é, né?
Torço para que ela não seja vítima do imediatismo carniceiro, que exige que um artista estoure logo em seu primeiro trabalho. E olha que nem estou me referindo às gravadoras (instituições mais que falidas), mas ao próprio público em geral. A continuar do jeito que está, logo Mallu será convocada para dar suas opiniões a respeito do desmatamento da Amazônia, da reprise da novela Pantanal e sobre Caetano Veloso. E aí vai acontecer a "síndrome da superexposição", doença que matou a carreira de muita gente no passado, que não soube escolher a hora de certa de sair dos holofotes vorazes da mídia, como Jorge Benjor e o Ultraje a Rigor. Sem contar o risco de ter uma adolescência equivocada, já que tudo o que ela faz se torna notícia.
Teve critico aí - leia-se "Lúcio Ribeiro" - que chegou a fazer estardalhaço em cima de um tal Overcoming Folk Trio (se não me falha a já carcomida memória), um projeto que reuniria Mallu, mais o vocalista Helio Flanders, do chatíssimo - e injustamente cultuado por meia dúzia de descerebrados - grupo Vanguart, mais o baixista do Forgotten Boys, como se fosse o marco zero do surgimento de um supergrupo! E tudo não passava apenas de uma brincadeira de três moleques tocando versões toscas de Bob Dylan, Neil Young e Tom Waits! Pô, faça-me o favor!
De certa forma, Mallu e seu pai/empresário tomaram atitudes pertinentes, como chamar o produtor Mario Caldato Jr. (que fez fama a partir de seu trabalho com os Beastie Boys) para dar uma lapidada nas canções bastante cruas da menina. Ainda não ouvi todas as faixas do disco, mas algumas delas trazem sim um avanço em relação às tosqueiras que ela vinha apresentando até então. Sim, ela está crescendo. E tomara que aí esteja o segredo do alto potencial pop de seu futuro. Você pode achar que sou um cara que nada contra a corrente, mas, por enquanto, ela é apenas uma menina exótica com um gosto musical acima da média.
Sim, eu sei que isso anda meio fora de moda neste País envolto pela névoa do bundamolismo, onde tudo é "genial", onde fatos medíocres são transformados em notícias relevantes - o que interessa saber que um ex-BBB foi visto comendo um pastel de palmito na beira da praia? - e onde a tendência é pensar bem pequenininho para não desagradar a massa com baba elástica e bovina escorrendo pela boca (obrigado, Nelson Rodrigues!).
E para começar, nada melhor que abordar o desequilíbrio que existe hoje entre a relevância artística e a atenção dada pela mídia. E nada pode ser mais emblemático disso que a absurda e totalmente desproporcional paparicação em torno de uma menina que mal saiu de seus dezesseis anos. É, é ela mesma. Estou me referindo a Mallu Magalhães. São incontáveis os exemplos de babação de ovo explícita em cima de uma garota cujo grande atrativo está no fato de gostar de Johnny Cash e Neil Young quando deveria estar curtindo, sei lá, metal gótico cafona, emos chorões e discos empoeirados do Raul Seixas e Legião Urbana. Tudo aconteceu cedo demais a ela.
Tudo bem, ela tem lá seu carisma, mas suas apresentações emanam uma vibração meio amadora, de quem ainda tem muito chão pela frente antes de merecer a alcunha de "artista". Seus shows - agora, no auge do hype, sempre lotados - não trazem uma platéia ávida por ouvir boas canções, algo que a menina ainda não tem, mas sim um bando de gente que quer fazer parte de uma "tchurma mudérna", como se a visão de uma garota empunhando um violão em cima do palco fosse um passaporte para a modernidade. E de nada ajuda o fato de o cenário musical indie/pop/rock brazuca, salvo raras exceções, ser mais fraco que café de orfanato, com uma grande quantidade de cantores, cantoras e instrumentistas fraquíssimos, incensados por críticos surdos - para dizer o mínimo. Cadê o Cansei de Ser Sexxy? Cadê o Bonde do Role? Pois é, né?
Torço para que ela não seja vítima do imediatismo carniceiro, que exige que um artista estoure logo em seu primeiro trabalho. E olha que nem estou me referindo às gravadoras (instituições mais que falidas), mas ao próprio público em geral. A continuar do jeito que está, logo Mallu será convocada para dar suas opiniões a respeito do desmatamento da Amazônia, da reprise da novela Pantanal e sobre Caetano Veloso. E aí vai acontecer a "síndrome da superexposição", doença que matou a carreira de muita gente no passado, que não soube escolher a hora de certa de sair dos holofotes vorazes da mídia, como Jorge Benjor e o Ultraje a Rigor. Sem contar o risco de ter uma adolescência equivocada, já que tudo o que ela faz se torna notícia.
Teve critico aí - leia-se "Lúcio Ribeiro" - que chegou a fazer estardalhaço em cima de um tal Overcoming Folk Trio (se não me falha a já carcomida memória), um projeto que reuniria Mallu, mais o vocalista Helio Flanders, do chatíssimo - e injustamente cultuado por meia dúzia de descerebrados - grupo Vanguart, mais o baixista do Forgotten Boys, como se fosse o marco zero do surgimento de um supergrupo! E tudo não passava apenas de uma brincadeira de três moleques tocando versões toscas de Bob Dylan, Neil Young e Tom Waits! Pô, faça-me o favor!
De certa forma, Mallu e seu pai/empresário tomaram atitudes pertinentes, como chamar o produtor Mario Caldato Jr. (que fez fama a partir de seu trabalho com os Beastie Boys) para dar uma lapidada nas canções bastante cruas da menina. Ainda não ouvi todas as faixas do disco, mas algumas delas trazem sim um avanço em relação às tosqueiras que ela vinha apresentando até então. Sim, ela está crescendo. E tomara que aí esteja o segredo do alto potencial pop de seu futuro. Você pode achar que sou um cara que nada contra a corrente, mas, por enquanto, ela é apenas uma menina exótica com um gosto musical acima da média.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Carta do morto pobre
UM PROGRAMA DE HOMICÍDIO
Carta do morto pobre
Bem. Agora que já não me resta qualquer possibilidade de trabalhar-me (oh trabalhar-se! não se concluir nunca!), posso dizer com simpleza a cor da minha morte. Fui sempre o que mastigou a sua língua e a engoliu. O que apagou as manhãs e, à noite, os anúncios luminosos e, no verso, a música, para que apenas a sua carne, sangrenta pisada suja - a sua pobre carne o impusesse ao orgulho dos homens. Fui aquele que preferiu a piedade ao amor, preferiu o ódio ao amor, o amor ao amor. O que se disse: se não é da carne brilhar, qualquer cintilação sua seria fátua; dela é só o apodrecimento e o cansaço. Oh não ultrajes a tua carne, que é tudo! Que ela, polida, não deixará de ser pobre e efêmera. Oh não ridicularizes a tua carne, a nossa imunda carne! A sua música seria a sua humilhação, pois ela, ao ouvir esse falso cantar, saberia compreender: "sou tão abjecta que dessa abjeção sou digna". Sim, é no disfarçar que nos banalizamos porque ao brilhar, todas as cousas são iguais - aniquiladas. Vê o diamante: o brilho é banal, ele é eterno. O eterno é vil! é vil! é vil!
Porque estou morto é que digo: o apodrecer é sublime e terrível. Há porém os que não apodrecem. Os que traem o único acontecimento maravilhoso de sua existência. Os que, de súbito, ao se buscarem, não estão... Esses são os assassinos da beleza, os fracos. Os anjos frustrados, papa-bostas! oh como são pálidos!
Ouçam: a arte é uma traição. Artistas, ah os artistas! Animaizinhos viciados, vermes dos resíduos, caprichosos e pueris. Eu vos odeio! Como sois ridículos na vossa seriedade cosmética!
Olhemos os pés do homem. As orelhas e os pêlos a crescer nas virilhas. Os jardins do mundo são algo estranho e mortal. O homem é grave. E não canta, senão para morrer.
Carta do morto pobre
Bem. Agora que já não me resta qualquer possibilidade de trabalhar-me (oh trabalhar-se! não se concluir nunca!), posso dizer com simpleza a cor da minha morte. Fui sempre o que mastigou a sua língua e a engoliu. O que apagou as manhãs e, à noite, os anúncios luminosos e, no verso, a música, para que apenas a sua carne, sangrenta pisada suja - a sua pobre carne o impusesse ao orgulho dos homens. Fui aquele que preferiu a piedade ao amor, preferiu o ódio ao amor, o amor ao amor. O que se disse: se não é da carne brilhar, qualquer cintilação sua seria fátua; dela é só o apodrecimento e o cansaço. Oh não ultrajes a tua carne, que é tudo! Que ela, polida, não deixará de ser pobre e efêmera. Oh não ridicularizes a tua carne, a nossa imunda carne! A sua música seria a sua humilhação, pois ela, ao ouvir esse falso cantar, saberia compreender: "sou tão abjecta que dessa abjeção sou digna". Sim, é no disfarçar que nos banalizamos porque ao brilhar, todas as cousas são iguais - aniquiladas. Vê o diamante: o brilho é banal, ele é eterno. O eterno é vil! é vil! é vil!
Porque estou morto é que digo: o apodrecer é sublime e terrível. Há porém os que não apodrecem. Os que traem o único acontecimento maravilhoso de sua existência. Os que, de súbito, ao se buscarem, não estão... Esses são os assassinos da beleza, os fracos. Os anjos frustrados, papa-bostas! oh como são pálidos!
Ouçam: a arte é uma traição. Artistas, ah os artistas! Animaizinhos viciados, vermes dos resíduos, caprichosos e pueris. Eu vos odeio! Como sois ridículos na vossa seriedade cosmética!
Olhemos os pés do homem. As orelhas e os pêlos a crescer nas virilhas. Os jardins do mundo são algo estranho e mortal. O homem é grave. E não canta, senão para morrer.
Um poema de ódio
A fada verde é puta barata...
dessas que dizem sim com apenas um copo de cerveja.
Mas o Senhor da Floresta sempre preferiu a segurança de seus doendes que uma noite sem pesadelos.
Sempre preferiu cozinhar cogumelos que adentrar em gargantas líricas de gigantes impudicícios...
Vê se me arranja uma aliança pra enfeitar(e enfiar) o dedo médio (bem grande pra você).
A vida é sórdida e eu também.
Ah como sonho ser humana.
dessas que dizem sim com apenas um copo de cerveja.
Mas o Senhor da Floresta sempre preferiu a segurança de seus doendes que uma noite sem pesadelos.
Sempre preferiu cozinhar cogumelos que adentrar em gargantas líricas de gigantes impudicícios...
Vê se me arranja uma aliança pra enfeitar(e enfiar) o dedo médio (bem grande pra você).
A vida é sórdida e eu também.
Ah como sonho ser humana.
Conversas indecentes...
Vagner says:
diante do mar o cansaço é um outro sol que me abrasa
as tuas desditas sempre me foram caras
que adianta deambular pelas casas dos signos
se o vento que dobra os prédios é ensurdecedor?
a vida é um carrossel tumultuado
apenas nos sonhos somos organizados
Letícia says:
E daí?
Vagner says:
réplica (esperando a tréplica) rsrs
diante do mar descalço as botas...
(a fada verde sempre foi uma puta cara)
vê se me arranja um vaso lírico
e o vento dá a volta...
a vida é um cogumelo podre
ah como sonho ser iluminado!
Letícia says:
A fada verde é puta barata...
dessas que dizem sim com apenas um copo de cerveja.
Mas o Senhor da Floresta sempre preferiu a segurança de seus doendes que uma noite sem pesadelos.
Sempre preferiu cozinhar cogumelos que adentrar em gargantas líricas de gigantes impudicícios...
Vê se me arranja uma aliança pra enfeitar(e enfiar) o dedo médio (bem grande pra você).
A vida é sórdida e eu também.
Ah como sonho ser humana.
"bom dia meu amor, te adoro mais do que tudo nessa vida.bj da july quiteria."
Vagner says:
Você acha realmente que consegue me ridicularizar?
Você acha realmente que consegue me fazer parecer um ridículo covarde diante de mim mesmo? Está enganada. Você não sabe de onde vim, você não sabe por que passei nem tudo que passou por mim. Estou de saco cheio dos teus protestos de amizade irritados e atrapalhados. Só me responda uma coisa: onde estava você quando passei por problemas dificílimos, e precisei de ti, como quem no deserto precisa pelo menos de um copo d’água para molhar a garganta? Você sabe ao menos do que eu estou falando?
A minha força continua igual. Não me perdi de mim mesmo. Se faço rondas do lado de fora de mim é porque sei o que posso e o que não posso.
Fiz a minha escolha. Não me lancei inconscientemente na vida que agora tenho. Que você sabe a respeito disso? E que escolha você fez até hoje? Sou plenamente senhor do meu destino, arrosto a vida sem medo, não tento escapar. Se procuro portas, são aquelas interiores, que me permitirão verter para fora tudo o que tenho de melhor. Não tenho tempo para perder com o que não vale a pena.
Por favor, sossegue com essas críticas, estou realmente cansado. Exercite a paciência, e tente alcançar um pouco de sabedoria. Uma sabedoria que vá um pouco além do psitacismo das frases dos autores que você gosta.
Então é só isso.
Não encontrei a tal fórmula da felicidade simplesmente porque ela não existe.
Já quanto a você não ser convidada: você se retirou da festa antes que a mesma chegasse ao fim, antes do Parabéns; esteve nela apenas para comer uns docinhos, e em seguida deu no pé. Você nem viu o drama que se passava por trás do painel festivo com estampa de palhacinhos engraçados.
Mas tudo bem. Não faz sentido ficar falando muito.
Letícia says:
E você sempre com esse discurso: Oh você me abandonou...
Nunca te abandonei...você que não conseguia conviver com o fato de se afastar...
Nosso afastamento (isso ja foi comprovado cientificamente) foi completamente necessario...tao necessario que hj vc é casado e tem um filho lindo e outro que ta pra nascer.Coisa que talvez nao seria possivel se nao tivessemos nos afastado.
Eramos viciados na companhia um do outro (você muito mais do que eu)e isso nunca nos fez bem.Você do seu lado preferiu me ofender com palavras mordazes que ter paciência e esperar nosso reconciliamento.Preferiu me atacar...e dai é que eu me afastei definitivamente.
Quando é que você vai enxergar isso?
O que vc queria ? que eu continuasse afagando os teus tormentos no meu colo por mais tempo?Você deve estar ferido...e com isso quer me ferir a qualquer custo (como sempre gostou de fazer).
Agora quanto a mim , eu nunca deixo de assumir que você foi um marco na minha vida.E nunca vou dizer que você esteve na minha vida de passagem...como quem quer comer os docinhos?Alias que docinhos que comi?
Nunca fez sentido ficar falando muito...tudo o que devia ser dito ja foi dito muitas vezes e há muito tempo.
Um abraço
Nossa amizade não foi sempre muito amarga?...Te digo uma coisa VAgner...nada do que você diga vai me ferir...simplesmente por que sei que tudo isso nao passa de vingança.Ja me acostumei com as tuas armas...inventa outras.Você não masi me provoca (e tavez isso seja muito bom).
A unica coisa que me interessa é a verdade, que você me apresente pra tua belissima esposa, e que eu conheça o teu filho.Nao consigo entender como isso pode ser um problema.Volto a falar: voce esta do lado bom dessa historia, pra vc é muito facil dizer que me queixo a toa.Eu nao peço a você que desfaça de sua familia e va viver da sua arte...de maneira nenhuma.Alias posso dizer que invejo a sua segurança sentimental ( e tambem financeira).
Agora so pra finalizar...vamos deixar de lado essa coisa de emails, scraps, poesias, encontros em bares e o diabo a quatro...Se desejar me procure na companhia da sua esposa para esclarecermos tudo...
Agora se isso pra você é mais trabalhoso do que esquecermos todos os momentos felizes ( e infelizes) que passamos, vá em frente ...me esqueça e finja que nunca me conheceu.
É triste...mas saberei conviver com isso...afinal de contas prefiro não tê-lo as custas de mentiras...
diante do mar o cansaço é um outro sol que me abrasa
as tuas desditas sempre me foram caras
que adianta deambular pelas casas dos signos
se o vento que dobra os prédios é ensurdecedor?
a vida é um carrossel tumultuado
apenas nos sonhos somos organizados
Letícia says:
E daí?
Vagner says:
réplica (esperando a tréplica) rsrs
diante do mar descalço as botas...
(a fada verde sempre foi uma puta cara)
vê se me arranja um vaso lírico
e o vento dá a volta...
a vida é um cogumelo podre
ah como sonho ser iluminado!
Letícia says:
A fada verde é puta barata...
dessas que dizem sim com apenas um copo de cerveja.
Mas o Senhor da Floresta sempre preferiu a segurança de seus doendes que uma noite sem pesadelos.
Sempre preferiu cozinhar cogumelos que adentrar em gargantas líricas de gigantes impudicícios...
Vê se me arranja uma aliança pra enfeitar(e enfiar) o dedo médio (bem grande pra você).
A vida é sórdida e eu também.
Ah como sonho ser humana.
"bom dia meu amor, te adoro mais do que tudo nessa vida.bj da july quiteria."
Vagner says:
Você acha realmente que consegue me ridicularizar?
Você acha realmente que consegue me fazer parecer um ridículo covarde diante de mim mesmo? Está enganada. Você não sabe de onde vim, você não sabe por que passei nem tudo que passou por mim. Estou de saco cheio dos teus protestos de amizade irritados e atrapalhados. Só me responda uma coisa: onde estava você quando passei por problemas dificílimos, e precisei de ti, como quem no deserto precisa pelo menos de um copo d’água para molhar a garganta? Você sabe ao menos do que eu estou falando?
A minha força continua igual. Não me perdi de mim mesmo. Se faço rondas do lado de fora de mim é porque sei o que posso e o que não posso.
Fiz a minha escolha. Não me lancei inconscientemente na vida que agora tenho. Que você sabe a respeito disso? E que escolha você fez até hoje? Sou plenamente senhor do meu destino, arrosto a vida sem medo, não tento escapar. Se procuro portas, são aquelas interiores, que me permitirão verter para fora tudo o que tenho de melhor. Não tenho tempo para perder com o que não vale a pena.
Por favor, sossegue com essas críticas, estou realmente cansado. Exercite a paciência, e tente alcançar um pouco de sabedoria. Uma sabedoria que vá um pouco além do psitacismo das frases dos autores que você gosta.
Então é só isso.
Não encontrei a tal fórmula da felicidade simplesmente porque ela não existe.
Já quanto a você não ser convidada: você se retirou da festa antes que a mesma chegasse ao fim, antes do Parabéns; esteve nela apenas para comer uns docinhos, e em seguida deu no pé. Você nem viu o drama que se passava por trás do painel festivo com estampa de palhacinhos engraçados.
Mas tudo bem. Não faz sentido ficar falando muito.
Letícia says:
E você sempre com esse discurso: Oh você me abandonou...
Nunca te abandonei...você que não conseguia conviver com o fato de se afastar...
Nosso afastamento (isso ja foi comprovado cientificamente) foi completamente necessario...tao necessario que hj vc é casado e tem um filho lindo e outro que ta pra nascer.Coisa que talvez nao seria possivel se nao tivessemos nos afastado.
Eramos viciados na companhia um do outro (você muito mais do que eu)e isso nunca nos fez bem.Você do seu lado preferiu me ofender com palavras mordazes que ter paciência e esperar nosso reconciliamento.Preferiu me atacar...e dai é que eu me afastei definitivamente.
Quando é que você vai enxergar isso?
O que vc queria ? que eu continuasse afagando os teus tormentos no meu colo por mais tempo?Você deve estar ferido...e com isso quer me ferir a qualquer custo (como sempre gostou de fazer).
Agora quanto a mim , eu nunca deixo de assumir que você foi um marco na minha vida.E nunca vou dizer que você esteve na minha vida de passagem...como quem quer comer os docinhos?Alias que docinhos que comi?
Nunca fez sentido ficar falando muito...tudo o que devia ser dito ja foi dito muitas vezes e há muito tempo.
Um abraço
Nossa amizade não foi sempre muito amarga?...Te digo uma coisa VAgner...nada do que você diga vai me ferir...simplesmente por que sei que tudo isso nao passa de vingança.Ja me acostumei com as tuas armas...inventa outras.Você não masi me provoca (e tavez isso seja muito bom).
A unica coisa que me interessa é a verdade, que você me apresente pra tua belissima esposa, e que eu conheça o teu filho.Nao consigo entender como isso pode ser um problema.Volto a falar: voce esta do lado bom dessa historia, pra vc é muito facil dizer que me queixo a toa.Eu nao peço a você que desfaça de sua familia e va viver da sua arte...de maneira nenhuma.Alias posso dizer que invejo a sua segurança sentimental ( e tambem financeira).
Agora so pra finalizar...vamos deixar de lado essa coisa de emails, scraps, poesias, encontros em bares e o diabo a quatro...Se desejar me procure na companhia da sua esposa para esclarecermos tudo...
Agora se isso pra você é mais trabalhoso do que esquecermos todos os momentos felizes ( e infelizes) que passamos, vá em frente ...me esqueça e finja que nunca me conheceu.
É triste...mas saberei conviver com isso...afinal de contas prefiro não tê-lo as custas de mentiras...
Promiscuidade
Numa floresta densa de amores perdidos e achados ,
brinco com o desejo e com as leis morais.
Não me amedronto
Espero qualquer coisa deles todos:
Um poema, um samba, um sorriso aberto.
Minto até pra mim mesma e me divirto com os corpos incandescentes.
É bem verdade que de tempos em tempos choro de solidão.
E sinto falta de qualquer um deles ao meu lado-cor...
Mas depois tropeço em seus pés vaga-lumes.
brinco com o desejo e com as leis morais.
Não me amedronto
Espero qualquer coisa deles todos:
Um poema, um samba, um sorriso aberto.
Minto até pra mim mesma e me divirto com os corpos incandescentes.
É bem verdade que de tempos em tempos choro de solidão.
E sinto falta de qualquer um deles ao meu lado-cor...
Mas depois tropeço em seus pés vaga-lumes.
domingo, 12 de outubro de 2008
Os falsos poetas
O que resta ainda nesses dias que tanto maculei?
Estes ou aqueles dias que o afago,fétido afago,
Me presenteou lugares , os mesmos dantes e nunca mais.
O que serão de meus dias vindouros?
Danças, orquestras e orgias já não me trazem estupefação.
É na cólera que me faço, que me analiso.
É nos meus cigarros que encontro o orgasmo.
É como bruxa que tenho agido.
Os livros me seduziram!
Autores,oh pervertidos autores
falsos poetas
O que quereriam vós?
Vós que aturdistes meu vil coração,
Vós que erraram minha alcova,
Vós que me lumiastes o escuro caminho:
Eu vos odeio!
Vós hipócritas que me persuadiram!
que me sequestraram a alma.
É de vós que tenho asco
e de seus discursos sedutores
é fétidos sofismas
Alegrai-vos de minha decadência colossal.
Ordinários, assacinos!
Pestes verminosas!
Autores, vós autores!
Estes ou aqueles dias que o afago,fétido afago,
Me presenteou lugares , os mesmos dantes e nunca mais.
O que serão de meus dias vindouros?
Danças, orquestras e orgias já não me trazem estupefação.
É na cólera que me faço, que me analiso.
É nos meus cigarros que encontro o orgasmo.
É como bruxa que tenho agido.
Os livros me seduziram!
Autores,oh pervertidos autores
falsos poetas
O que quereriam vós?
Vós que aturdistes meu vil coração,
Vós que erraram minha alcova,
Vós que me lumiastes o escuro caminho:
Eu vos odeio!
Vós hipócritas que me persuadiram!
que me sequestraram a alma.
É de vós que tenho asco
e de seus discursos sedutores
é fétidos sofismas
Alegrai-vos de minha decadência colossal.
Ordinários, assacinos!
Pestes verminosas!
Autores, vós autores!
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Presente de Starla
Presente adiantado:
Abismo
Isso tudo porque não sei lidar com coisas grandes.Sempre me confundo quando penso na dimensão que as coisas tem, e se não consigo medir me assusto, e erro.Não sei dizer se é covardia ou impetuosidade.Faço coisas por pura paixão ou não? Era paixão ou não?Alguém um dia vai me responder, explicará cada tópico sórdido que leva a separação do que consideramos vitais, e mesmo assim não sabemos o que fazer!Nada vem com bula, e o que vem não entendemos muito o que quer dizer. Malditas entrelinhas!Um dia se acorda diferente, e até o ar fica em segundo plano, só porque amamos e tudo isso choca nossa realidade concreta.Me transformei...assustada e feliz por pensar que podia ser para sempre.(Pensem que é pra sempre, continuem a pensar, amem sem rótulos, vivam o bálsamo. Terminem pensando que é a coisa certa, e achem que jamais será tão maravilhoso, sua última chance é essa!)Notem que com o tempo pode não ser bem assim ou ser assim pra sempre, às vezes é desse jeito.Não é tudo, só
Starla Pisces
Abismo
Isso tudo porque não sei lidar com coisas grandes.Sempre me confundo quando penso na dimensão que as coisas tem, e se não consigo medir me assusto, e erro.Não sei dizer se é covardia ou impetuosidade.Faço coisas por pura paixão ou não? Era paixão ou não?Alguém um dia vai me responder, explicará cada tópico sórdido que leva a separação do que consideramos vitais, e mesmo assim não sabemos o que fazer!Nada vem com bula, e o que vem não entendemos muito o que quer dizer. Malditas entrelinhas!Um dia se acorda diferente, e até o ar fica em segundo plano, só porque amamos e tudo isso choca nossa realidade concreta.Me transformei...assustada e feliz por pensar que podia ser para sempre.(Pensem que é pra sempre, continuem a pensar, amem sem rótulos, vivam o bálsamo. Terminem pensando que é a coisa certa, e achem que jamais será tão maravilhoso, sua última chance é essa!)Notem que com o tempo pode não ser bem assim ou ser assim pra sempre, às vezes é desse jeito.Não é tudo, só
Starla Pisces
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
É tudo Brincadeira
texto "É brincando que se aprende..." de Rubem Alves me remete á uma época maravilhosa de minha ( e talvez a de muitos) vida:minha infância.Assim como o autor, eu também era pobre (e ainda , não gozo de boas posições financeiras), e poucas eram as vezes em que tinha a sorte de ganhar um brinquedo (desses prontos que o autor se refere) de aniversário ou quem sabe de natal.A maioria de meus brinquedos eram inventados mesmo.Ou quando não ,eram "aproveitados".Aquele brinquedinho que enjôou um fulaninho rico, e que tambem por sorte foi passado para mim.Eu brincava de andar em cima de latas, com pneu velho, fazia dos potes plásticos usados na cozinha, as minhas "panelinhas", da toalha de mesa a minha barraca de camping.Havia dias que "assaltava" a caixa de ferramentas do meu pai e fazia a minha propria oficina de "coisas que nunca existiram".Sim, isso mesmo.Martelava de um lado, serrava de outro, pintava, pregava....e fazia aquela bagunça á qual eu tinha orgulho de dizer que era "arte".Morava( e ainda moro ) num quintal enorme, com muitas árvores (muitas mesmo) e "pés " de muitas frutas, e nelas me embrenhava brincando de "caçador"(de fato uma brincadeira não muito ecologicamente correta), esmagando lagartas, subindo em árvores,fazendo fogueiras.Enfim, idéias de brincadeiras, era o que realmente não me faltava.Numa certa época de minha infância , tive a gloriosa sorte de ganhar de presente de minha madrinha, uma boneca Barbie.A única que tive em toda a minha vida.Claro foi motivo de alegria para o ano inteiro.Só que eu tinha um problema: Eu não tinha o Ken, o namorado da Barbie.E claro , meu pai com sua humilde situação financeira, nunca pôde comprá-lo, já que esses bonecos na época eram caríssimos.Praticamente a compra de um mês inteiro de alimentação para a família.Pois bem, tempo depois , numa dessas remessas de brinquedos usados e inutilizados pelas criancinhas ricas, dentre peões, panelas quebrada, peças de quebracabeças, etc, encontro o grande desejado brinquedo: o Ken , grande amor de Barbie!!Porém...adivinhem.Ele veio sem cabeça!Porcurei uma tarde inteira , a parte perdida do corpo do boneco "quase humano".Que decepção!!Não o encontrei nem em sonhos.Fiquei triste, claro.Afinal como poderia eu colocar minha Barbie para namorar um Ken sem cabeça?Mas meu pai, vendo a minha indignação, achou logo um meio para a solução do meu problema: o bom e velho Durepox.Uma espécie de massa que se usava para recuperar objetos quebrados.E lá vai meu pai se aventurar na arte da escultura, e logo faz uma cabeça para o meu Ken.E lá vem ele me entregar o glorioso "artefato".No começo eu estranhei aquela criatura esquisita cinza, com um nariz pontudo.Pra dizer a verdade parecia mais um monstro dos episódios "jaspion", que um Ken propriamente dito. Contudo, já levando em consideração o esforço que meu pai tivera para me fazer feliz, demonstrei grande alegria em ver que meu pai tinha "solucionado" o referido problema.E realmente, com o passar do tempo, acabei me acostumando com aquela criatura esquisita como namorado de minha Barbie.E este foi o único "Ken" que tive, que me serviu como diversão por longos anos de minha infância.Ah bons tempos aqueles, em que tudo era motivo de festa e alegria.O contrário de hoje, que a cabeça explode de "coisas pra fazer" logo na primeira hora da manhã.Posso dizer que tive sim uma maravilhosa infancia, com direito a um monte de brincadeiras inventadas ou não.E sim, por experiência própria, sei o quanto a gente aprende brincando.O quanto a brincadeira nos enche de desafios.Acho que professor ou educador , ou até qualquer adulto que não deixa criança brincar , e que não ver na brincadeira uma maneira lúdica de aprender, e melhor ainda : gostar de aprender", é por que tem "inveja".Sim, inveja sim, de não poderem brincar e gargalhar como uma criança.De se jogar na lama, berrar, correr... de esperar a vida passar brincando.Lembrei –me de uma criança a qual conheci num estágio de docência, que disse à professora quando perguntada por quê fazia tanta bagunça.Ela simplesmente disse: Eu faço bagunça por que eu sou pequena, por que se eu fosse grande eu trabalhava.Acho que a resposta desta criança pode ser um pensamento para nós adultos.Que tal deixarmos de ser grandes um pouco e brincarmos um pouco como crianças?
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Eu me lavo.
Admiro eu a lava vulcanica
E toda a destruição que dela advém
É tão apaixonante
o brilho, o neon a destruição.
Credos não são bem vindos
As lavas sim
Nelas deposito as demandas do corpo
São nelas que estão inseridas
meus paradoxos e cousas outras.
Os sonhos são belos e bons também
A lava devora...
E a lava é também bela e boa.
É onde brinco e canto toadas.
Eu as preciso.
Nela me apascento.
É nas lavas que tenho paciência e calmaria.
Eu a amo.
A lava não é fogo...
A lava é meu próprio corpo langue.
E toda a destruição que dela advém
É tão apaixonante
o brilho, o neon a destruição.
Credos não são bem vindos
As lavas sim
Nelas deposito as demandas do corpo
São nelas que estão inseridas
meus paradoxos e cousas outras.
Os sonhos são belos e bons também
A lava devora...
E a lava é também bela e boa.
É onde brinco e canto toadas.
Eu as preciso.
Nela me apascento.
É nas lavas que tenho paciência e calmaria.
Eu a amo.
A lava não é fogo...
A lava é meu próprio corpo langue.
domingo, 7 de setembro de 2008
Vá se mande
Ás vezes acho que nunca te amei de verdade.
Olho-te...e vejo simplesmente o inteiro oposto.
Um homen feito (total e exclusivamente) de carne.
Nada de espírito, nada de essência.
Como pode?
Tu és um acéfalo (já o disse antes).
Um câncer em minha vida.
Nada de ti existe em mim.
Nada.
Como pode tu fazer parte assim de mim.
Como podes assim...eu quando te vejo...
Me estremeço totalmente...
E só penso em te encontra em um lugar escuro
Onde possas em mim entrar...e ser...só ser tu.
Quando de ti longe...só penso em me despir ...e ser tua "comida".
Em tua lingua em minha boca, meu mamilo, minha anágua...
Tua língua em um infinito passeio pelas brechas (totais) de meu corpo langue...
Tua lingua me olhando e me destrinchando.
E teu cheiro se misturando ao meu...
Teu toque no meu toque...
Tudo teu no que é meu....
Vem logo... e me rasgue as roupas
Ops...
acordei...e agora a razão é que se faz presente...
Não...nunca mais me encontre
Não te sinto falta...
Vá embora, não me vislumbre
Não quero ser "carne" de novo.
Olho-te...e vejo simplesmente o inteiro oposto.
Um homen feito (total e exclusivamente) de carne.
Nada de espírito, nada de essência.
Como pode?
Tu és um acéfalo (já o disse antes).
Um câncer em minha vida.
Nada de ti existe em mim.
Nada.
Como pode tu fazer parte assim de mim.
Como podes assim...eu quando te vejo...
Me estremeço totalmente...
E só penso em te encontra em um lugar escuro
Onde possas em mim entrar...e ser...só ser tu.
Quando de ti longe...só penso em me despir ...e ser tua "comida".
Em tua lingua em minha boca, meu mamilo, minha anágua...
Tua língua em um infinito passeio pelas brechas (totais) de meu corpo langue...
Tua lingua me olhando e me destrinchando.
E teu cheiro se misturando ao meu...
Teu toque no meu toque...
Tudo teu no que é meu....
Vem logo... e me rasgue as roupas
Ops...
acordei...e agora a razão é que se faz presente...
Não...nunca mais me encontre
Não te sinto falta...
Vá embora, não me vislumbre
Não quero ser "carne" de novo.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
A trapezista
Trafegaram em três tempos
Todas as telhas e torpes toadas.
De tão taciturnas
Traziam tempstades
Tirânicas e tristonhas.
Tremi de temor,
Em tornar-me trapezista,
E tombar na tripagem
Dos trastes terroristas
Que teciam toda terça
Os testículos dos titãs.
Talvez pela tísica,
Tomei tiúba pra não tinir de tanto tédio.
E testei a tiorga
Trepando nas traves telúricas
Toda terça também.
Com as tramas do teatro turco,
Traumatizei-me com tortas e tomates.
E com o tilintar dos tamancos,
Tive um troço tico e teco.
Então, o torturoso trovador,
Trocou suas trovas por um
Tambor dos tupiniquins
Para tratar a tontura
que tantos “tês” traziam!
Todas as telhas e torpes toadas.
De tão taciturnas
Traziam tempstades
Tirânicas e tristonhas.
Tremi de temor,
Em tornar-me trapezista,
E tombar na tripagem
Dos trastes terroristas
Que teciam toda terça
Os testículos dos titãs.
Talvez pela tísica,
Tomei tiúba pra não tinir de tanto tédio.
E testei a tiorga
Trepando nas traves telúricas
Toda terça também.
Com as tramas do teatro turco,
Traumatizei-me com tortas e tomates.
E com o tilintar dos tamancos,
Tive um troço tico e teco.
Então, o torturoso trovador,
Trocou suas trovas por um
Tambor dos tupiniquins
Para tratar a tontura
que tantos “tês” traziam!
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Conto de duas amigas insanas...para Luíza
Certo dia duas amigas (que vamos chamar de Letícia e Luíza)estavam caminhando pela calçada de frente ao "Market Center" onde estava sendo montado um pequeno parque de diversões com brinquedos ,digamos assim,um tanto "radicais".E ao lado oposto funcionava uma fabrica de sabonetes,cuja exalava um cheiro muito forte e um tanto quanto enjoado.As duas conversavam sobre trivialidades cotidianas,quando uma delas,Luíza convidou Letícia(a mais sabida e esperta)para se divertirem no parque de diversões que ali estava sendo montado.
-O que você acha de marcarmos de vir até aqui nos divertir neste parque ,Letícia?
Letícia(a mais esperta e sabida)respondeu:
- Até pode ser , mas tenho medo de passar mal. Afinal"esse cheiro daqui e me rodando dali" não vai me fazer muito bem.
Luíza simplesmente riu,riu,riu,riu...e quando já estava cansada de rir...ela parou e riu mais um pouco...riu uma tarde inteira,e depois uma noite inteira,e depois ainda riu dormindo.Letícia (a mais esperta e sabida),por sua vez ficou perplexa com as risadas estridentes e incessantes de Luíza,e ficou quieta a pensar supostas respostas possíveis para aquele ataque de risos..e dizem que até hoje,em algum canto do mundo,Luíza continua rindo e Letícia(a mais esperta e sabida)pensando...
-O que você acha de marcarmos de vir até aqui nos divertir neste parque ,Letícia?
Letícia(a mais esperta e sabida)respondeu:
- Até pode ser , mas tenho medo de passar mal. Afinal"esse cheiro daqui e me rodando dali" não vai me fazer muito bem.
Luíza simplesmente riu,riu,riu,riu...e quando já estava cansada de rir...ela parou e riu mais um pouco...riu uma tarde inteira,e depois uma noite inteira,e depois ainda riu dormindo.Letícia (a mais esperta e sabida),por sua vez ficou perplexa com as risadas estridentes e incessantes de Luíza,e ficou quieta a pensar supostas respostas possíveis para aquele ataque de risos..e dizem que até hoje,em algum canto do mundo,Luíza continua rindo e Letícia(a mais esperta e sabida)pensando...
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Mário Quintana
"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos...Mulheres são como maçãs em árvores.As melhores estão no topo.Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar.Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo.Mas são fáceis de se conseguir.Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas,quando na verdade, eles estão errados...Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar.Aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."
Dias ruins
Ás vezes me sinto uma pessoa ruin.Tendo á pensar: Será que faço algum bem pra humanidade?Será que meus amigos são realmente meus amigos?Será que faço alguém realmente feliz?Será que meus pais se orgulham de ter me gerado?
Dias ruins esses que tudo parece cansaço.Olho a Lua e nada vejo.Olho o espelho e nada vejo.Olho o passado e nada vejo.Olho o futuro e nada vejo.Olho o presente e nada vejo.
Procurando as mesmas respostas de sempre.O que fazer? o que estudar?Com quem ficar? Pra onde ir?O que ler?O que desejar? O que admirar?
Enfim...muitas são as perguntas, e poucas as respostas.
Tudo anda parecendo cinza .
Ajo como se houvesse um plano diabólico sendo engendrado contra mim, perseguida, desorientada.
Sofro.
Esta semana, já planejei milhoes de coisas para se fazer no futuro.Dança, teatro, capoeira, musica, filosofia, yoga, ter um filho...Mas tudo que acho que realmente preciso é de um remédio para a solidão.Não da solidão romantica e passional.Mas da solidão metafísica... da solidão existencial.Essa provavelmente sem cura, e sem descoberta.
Invejo qualquer ser feliz e decidido da face da terra.Até uma borboleta.
As borboletas são tão decididas a colher e espalhar o pólen da flor.Quão felizes são as borboletas.
Ah se eu nacesse bicho...
Dias ruins esses que tudo parece cansaço.Olho a Lua e nada vejo.Olho o espelho e nada vejo.Olho o passado e nada vejo.Olho o futuro e nada vejo.Olho o presente e nada vejo.
Procurando as mesmas respostas de sempre.O que fazer? o que estudar?Com quem ficar? Pra onde ir?O que ler?O que desejar? O que admirar?
Enfim...muitas são as perguntas, e poucas as respostas.
Tudo anda parecendo cinza .
Ajo como se houvesse um plano diabólico sendo engendrado contra mim, perseguida, desorientada.
Sofro.
Esta semana, já planejei milhoes de coisas para se fazer no futuro.Dança, teatro, capoeira, musica, filosofia, yoga, ter um filho...Mas tudo que acho que realmente preciso é de um remédio para a solidão.Não da solidão romantica e passional.Mas da solidão metafísica... da solidão existencial.Essa provavelmente sem cura, e sem descoberta.
Invejo qualquer ser feliz e decidido da face da terra.Até uma borboleta.
As borboletas são tão decididas a colher e espalhar o pólen da flor.Quão felizes são as borboletas.
Ah se eu nacesse bicho...
O que era seu esta rasgado agora
Tudo que era seu esta rasgado agora
E quem disse que doeu?
Vá se embora cão maldito
Aqui você não encontra lugar pra se apoderar
Vai, se manda
Não pago mais uma gota da tua cerveja
Não te escrevo mais um réles poema
Não finjo mais nenhum orgasmo
Não te beijo mais nenhum olho
Vai se manda
Nem tua mãe respeito mais
Teus poemas?São lixo agora
Teu perfume?Esgoto
Tua carne?Gosma sangrente
Teu canto?Ruído.
E nem me fale nenhuma palavra doce...
São todas amargas agora
Tu não tens mais mestria
Tu não tens mais reino nenhum
Vá se mande
E não volte nunca mais
E quem disse que doeu?
Vá se embora cão maldito
Aqui você não encontra lugar pra se apoderar
Vai, se manda
Não pago mais uma gota da tua cerveja
Não te escrevo mais um réles poema
Não finjo mais nenhum orgasmo
Não te beijo mais nenhum olho
Vai se manda
Nem tua mãe respeito mais
Teus poemas?São lixo agora
Teu perfume?Esgoto
Tua carne?Gosma sangrente
Teu canto?Ruído.
E nem me fale nenhuma palavra doce...
São todas amargas agora
Tu não tens mais mestria
Tu não tens mais reino nenhum
Vá se mande
E não volte nunca mais
Preta Cor
Tu preta de brilho
Tu,preta tão pura
Tu,preta de gestos
Tu,preta de loucura
Tu,que mal não pensas
Tu , que do mal não provas
Tu, que contra o mal luta brava
Tu, que com o mal não se assola
Tu, criação do bem
Tu, beldade insólita
Tu , por tudo zen
Tu, desejável senhora
Tu, que se cria
Tu, que se educa
Tu, que se venera
Tu, que se assusta...
Tu, corpo esculpido
Tu, sangue latente
Tu, amor desmedido
Tu, imagem ascendente.
Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.
Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são
Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa
É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.
Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.
Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são
Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa
É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.
Tu,preta tão pura
Tu,preta de gestos
Tu,preta de loucura
Tu,que mal não pensas
Tu , que do mal não provas
Tu, que contra o mal luta brava
Tu, que com o mal não se assola
Tu, criação do bem
Tu, beldade insólita
Tu , por tudo zen
Tu, desejável senhora
Tu, que se cria
Tu, que se educa
Tu, que se venera
Tu, que se assusta...
Tu, corpo esculpido
Tu, sangue latente
Tu, amor desmedido
Tu, imagem ascendente.
Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.
Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são
Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa
É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.
Tu, que iluminada se faz
Tu, que bonita se veste
Tu, que rindo se apraz
Tu, que de moça é doce e celeste.
Tu, que tem medo da vida
Tu, que os pés não tem chão
Tu, que de pueril com torpor não lida
Tu, que corpo e mente tem são
Tu , que não tem inimigos
Tu, que ás vezes tímida se fecha
Tu, que tem desejos indevidos
Tu que á realidade não se anexa
É tu , apreta sem mundo
É tu, vida decente
É tu, criança madura
É tu a adulta demente.
Ops!
Tubérculo comestível
Legume é o nome
O que quero tanto na boca
Pra sentir
Pra comer
Pra beber em volumes
Vasto campo verde,
Este que comercializo
Este mesmo o de sempre
O mesmo que tanto falta
O que quero
O que desejo
Abrir
Legume com dedos e olhos
Trava-línguas
Cerestas, serenatas
Poesias e poesias
Valas, valões, ventiladores
De dores, de dores
De ais e uis
De olhos virados
Suor que cai da testa
E salvem a América
Legume de campo verde
Que também é cor de legume
Verdes plurais
Verdes de verde de cabelo
Verde, verde
Vê-de, vê-de
De-ver, de-ver
Pára ó legume
Dentro dos rins
Transcende!
Triplifica
Trovador
Três
Treco, troço, traste
Legume é o nome
O que quero tanto na boca
Pra sentir
Pra comer
Pra beber em volumes
Vasto campo verde,
Este que comercializo
Este mesmo o de sempre
O mesmo que tanto falta
O que quero
O que desejo
Abrir
Legume com dedos e olhos
Trava-línguas
Cerestas, serenatas
Poesias e poesias
Valas, valões, ventiladores
De dores, de dores
De ais e uis
De olhos virados
Suor que cai da testa
E salvem a América
Legume de campo verde
Que também é cor de legume
Verdes plurais
Verdes de verde de cabelo
Verde, verde
Vê-de, vê-de
De-ver, de-ver
Pára ó legume
Dentro dos rins
Transcende!
Triplifica
Trovador
Três
Treco, troço, traste
Frases recortadas de Clarice Lispector
Minhas desiquilibradas palavras são o eixo de meu silêncio.Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas-escrevo por profundamente querer falar.Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio"
"Eu que sou tudo isso devo por sina e trágico destino só conhecer e experimentar os ecos de mim, por que não capto o mim propriamente dito."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível de fazer sentido.Eu não quero é uma verdade inventada."
"Sou implícita.E quando vou me explicar perco a úmida intimidade."
"Vou te falando e me arriscando a desconexão.Sou subterraneamente inatingível pelo conhecimento."
"Voltei.Estou pensando em tartarugas.Uma vez eu disse por pura intuição que a tartaruga era um animal dinossáurico.Depois é que vim ler que é mesmo.Tenho cada uma.Um dia vou pintar tartarugas.Elas me interessam muito.Todos os seres vivos que não o homem são um escândalo de maravilhamento e sobrou muita matéria prima - it - e formaram-se então os bichos.
"A ausência de Deus é um ato de religião."
"Só o errado me atrai, eu amo o pecado, a flor do pecado."
"AH viver é tão desconfortável.Tudo aperta: o corpo exige , o espírito não pára, viver é parecer ter sono e não poder dormir - Viver é incômodo - não se pode andar nu , nem de corpo nem de espírito."
"Eu que sou tudo isso devo por sina e trágico destino só conhecer e experimentar os ecos de mim, por que não capto o mim propriamente dito."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível de fazer sentido.Eu não quero é uma verdade inventada."
"Sou implícita.E quando vou me explicar perco a úmida intimidade."
"Vou te falando e me arriscando a desconexão.Sou subterraneamente inatingível pelo conhecimento."
"Voltei.Estou pensando em tartarugas.Uma vez eu disse por pura intuição que a tartaruga era um animal dinossáurico.Depois é que vim ler que é mesmo.Tenho cada uma.Um dia vou pintar tartarugas.Elas me interessam muito.Todos os seres vivos que não o homem são um escândalo de maravilhamento e sobrou muita matéria prima - it - e formaram-se então os bichos.
"A ausência de Deus é um ato de religião."
"Só o errado me atrai, eu amo o pecado, a flor do pecado."
"AH viver é tão desconfortável.Tudo aperta: o corpo exige , o espírito não pára, viver é parecer ter sono e não poder dormir - Viver é incômodo - não se pode andar nu , nem de corpo nem de espírito."
Destroços
Do coração do trem fantasma
Sangue
Sangue cênico
Sangue de veias
Vi o sangue jorrar
Paredes, quatro
Acentos, chapéus de palha
Ela ainda endividada
Com céus e terras
Terras quentes
Ela vivendo o inferno
Morte, ela vestindo
Do coração do trem fantasma,
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico
Era volúvel , proeminente
Era divino e onipotente
De ímpar paladar
As portas se abriam
Ranger de dentes
Lastimas gritantes
Do coração do trem fantasma
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico.
Sangue
Sangue cênico
Sangue de veias
Vi o sangue jorrar
Paredes, quatro
Acentos, chapéus de palha
Ela ainda endividada
Com céus e terras
Terras quentes
Ela vivendo o inferno
Morte, ela vestindo
Do coração do trem fantasma,
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico
Era volúvel , proeminente
Era divino e onipotente
De ímpar paladar
As portas se abriam
Ranger de dentes
Lastimas gritantes
Do coração do trem fantasma
Jorrava sangue
E o sangue não era mais cênico.
Alegria de Macumba
Ó alegria
Alegria esta que varre
Ruas e avenidas sujas
Me incolumiza
Me resoluta
Alegria de minhas vísceras
Alegria do peito que não arde
Prontifica
Viabiliza
Alegria saltitante
Quimera de macumba
Vasta alegria
Alegria plural
Ímpar e volátil
Esta é a ...
Prece, voz, corpo, euforia.
Paraliza e une
Alegria, alegria
Façamos alegria
Comemos alegria
Corporifiquemos alegria
Vasta, única, presente
Alegria!
Alegria esta que varre
Ruas e avenidas sujas
Me incolumiza
Me resoluta
Alegria de minhas vísceras
Alegria do peito que não arde
Prontifica
Viabiliza
Alegria saltitante
Quimera de macumba
Vasta alegria
Alegria plural
Ímpar e volátil
Esta é a ...
Prece, voz, corpo, euforia.
Paraliza e une
Alegria, alegria
Façamos alegria
Comemos alegria
Corporifiquemos alegria
Vasta, única, presente
Alegria!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Casa arrumada...por fim...
Me tornei sediciosa de pequenas vinganças...
como um telefonema anônimo,
ou uma pedra na janela,
ou trocar a lata de açucar por uma de sal...
Me tornei sedenta de mim mesma......
Não sei mais que amor eu tenho...
Não sei nem se existe amor...
Me arrumei bonita de frente ao espelho
e me encontrei com um moço de chapéu de lado...
Mas ele me mentiu e disse que era pra eu manter a casa arrumada...
afinal de contas ele voltaria e não gostaria de encontrar a casa em desespero...
Disse a ele que não arrumo casas nem que me paguem todo dinheiro do mundo...
Ele simplesmente sorriu e me deu uma rosa...
No dia seguinte lhe mandei um buquet de flores e lhe disse que o amava...
Mas ele me disse que não costuma ficar com gente que não mantem a casa arrumada...
Fiquei emputecida mas não chorei...
E só de raiva arrumei a casa.e não quis mais seu "Canto".
*ARTE DE SAS CRISTIAN
Bola pra frente...(yahoo)
A verdade é uma só, garotas: a gente não esquece pessoas que foram tão importantes na nossa vida, mesmo quando elas nos fizeram sofrer como o cão.
A boa notícia é que a gente não esquece, mas supera. E se lembra de outras coisas: de como somos fortes e merecemos mais. Lá na frente, fica difícil lembrar porque pastamos tanto, e as boas recordações se transformam em fotos num álbum da memória, que você vê sorrindo - mas depois guarda de novo no fundo do armário e segue a vida.
Como se faz isso? Enfrentando. Dói muito perder um amor, seja levando um fora, seja desistindo dele. O Caio Fernando Abreu, um escritor gaúcho, disse uma vez que a dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto.
A gente costuma só fazer bobagem nessa hora. Planejamos vinganças que nunca iremos concretizar - ou, pior, que tentamos. Fazemos piada, apontando todos os defeitos que, enquanto estavam ao lado, não incomodavam tanto assim. Arranjamos outros casos ou beijamos estranhos na balada. Temos recaídas, ligamos pra dizer as coisas que ficaram no ar, cedemos sob a ilusão de que foi só dessa vez, ou que é só sexo, ou que foi a última. Ficamos obcecadas em pensar no que deu errado, no que poderíamos ter feito, no que deveríamos esclarecer. Dizemos que nunca mais, quando sabemos que, no fundo, queríamos dizer sim. E por aí afora.
Digo isso porque, bem, já tentei esquecer uma boa meia dúzia de pessoas. E não fica mais fácil a cada novo fim, e cometo as mesmas bobagens, sabendo que não deveria. Esquecer é impossível, mas conviver com as lembranças às vezes dói tanto que é mais fácil voltar atrás. Engano. Não é. Devem existir exceções, que não conheço pessoalmente, mas na maioria das vezes o fim é o fim, e qualquer tentativa de recuperar o tempo, o afeto ou os sonhos perdidos só nos arrasta ladeira abaixo.
Pois bem. Número um: assuma a dor. Coisas morrem quando se perde um amor: aquela parte da gente que acreditava no final feliz, a paixão que parecia tão certa, os momentos felizes que não se repetirão, a companhia com quem nos habituamos. Tentar se enganar com soluções práticas do tipo cortar o cabelo e comprar roupas novas, ou cair nos discursinhos de sou-mais-eu não tapa o buraco. Melhor dizer, em voz alta, pro espelho e para quem mais puder ouvir, que sim, estamos sofrendo. Chorar, gritar, socar o travesseiro. E nos dar esse tempo de luto, feito de silêncio, de reflexão, de recolhimento - e não de gestos impulsivos movidos pelo desespero, que não podem trazer de volta quem se foi nem nos fazer sentir melhor a longo prazo.
Depois, vem a reconstrução. Quando vivemos próximas demais de alguém, a vida muda, fica dupla. É hora de lembrar nossas necessidades. Quais eram nossos planos antes da história começar? O que deixamos para trás nessa relação? Não precisamos ter alguém ao lado para estar inteiras. Esse buraco que fica é um vazio só nosso, que preenchemos com pessoas a título de amor. Errado. Precisamos tapá-lo sozinhas, resolvendo nossas carências, enfrentando nossos medos, nos tornando pessoas completas. Por nós e pelas nossas próximas relações: quem precisa de alguém para ser feliz não o será, nem sozinha, nem com companhia nenhuma.
E sim, táticas práticas, como tirar as lembranças de perto, ir a lugares que não estão marcados pela história, mudar de sala, de emprego, de cidade até, arranjar um caso novo, isso tudo pode ajudar por um tempo. Mas não podemos fugir de nós mesmas, e nenhuma mudança externa resolve se não evoluímos por dentro. Pode-se aprender com a perda, mas somos nós quem temos que tirar essa lição.
Quanto tempo leva? Tudo demora quando temos pressa, mas tenho uma teoria. Uma vez fui a um endocrinologista, querendo emagrecer dez quilos nos dois meses que faltavam para o verão. Ele me perguntou quanto tempo levei para engordar. Um ano, respondi. E o que ouvi foi o seguinte: você não vai conseguir perder dez quilos de forma saudável - e permanecer magra - em um tempo menor do que aquele que levou para engordar. Seu corpo e sua cabeça precisam de tempo para se adaptar a um novo estilo de vida.
Pensando nas minhas histórias de fim, percebo que para superar levei o mesmo tempo que precisei para chegar ao auge da paixão. Às vezes uns meses, às vezes anos. E, como nas dietas, tive que dizer não para mim mesma - e para os outros - muitas vezes. Como nas dietas, pensei em desistir, dar uma escapadinha ou fazer loucuras. Mas, quando acreditei que a vida de antes não valia mais a pena, consegui reunir forças para continuar. E cheguei lá: sem a dor dos homens que perdi, sem os quilos que ganhei. Boa sorte.
A boa notícia é que a gente não esquece, mas supera. E se lembra de outras coisas: de como somos fortes e merecemos mais. Lá na frente, fica difícil lembrar porque pastamos tanto, e as boas recordações se transformam em fotos num álbum da memória, que você vê sorrindo - mas depois guarda de novo no fundo do armário e segue a vida.
Como se faz isso? Enfrentando. Dói muito perder um amor, seja levando um fora, seja desistindo dele. O Caio Fernando Abreu, um escritor gaúcho, disse uma vez que a dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto.
A gente costuma só fazer bobagem nessa hora. Planejamos vinganças que nunca iremos concretizar - ou, pior, que tentamos. Fazemos piada, apontando todos os defeitos que, enquanto estavam ao lado, não incomodavam tanto assim. Arranjamos outros casos ou beijamos estranhos na balada. Temos recaídas, ligamos pra dizer as coisas que ficaram no ar, cedemos sob a ilusão de que foi só dessa vez, ou que é só sexo, ou que foi a última. Ficamos obcecadas em pensar no que deu errado, no que poderíamos ter feito, no que deveríamos esclarecer. Dizemos que nunca mais, quando sabemos que, no fundo, queríamos dizer sim. E por aí afora.
Digo isso porque, bem, já tentei esquecer uma boa meia dúzia de pessoas. E não fica mais fácil a cada novo fim, e cometo as mesmas bobagens, sabendo que não deveria. Esquecer é impossível, mas conviver com as lembranças às vezes dói tanto que é mais fácil voltar atrás. Engano. Não é. Devem existir exceções, que não conheço pessoalmente, mas na maioria das vezes o fim é o fim, e qualquer tentativa de recuperar o tempo, o afeto ou os sonhos perdidos só nos arrasta ladeira abaixo.
Pois bem. Número um: assuma a dor. Coisas morrem quando se perde um amor: aquela parte da gente que acreditava no final feliz, a paixão que parecia tão certa, os momentos felizes que não se repetirão, a companhia com quem nos habituamos. Tentar se enganar com soluções práticas do tipo cortar o cabelo e comprar roupas novas, ou cair nos discursinhos de sou-mais-eu não tapa o buraco. Melhor dizer, em voz alta, pro espelho e para quem mais puder ouvir, que sim, estamos sofrendo. Chorar, gritar, socar o travesseiro. E nos dar esse tempo de luto, feito de silêncio, de reflexão, de recolhimento - e não de gestos impulsivos movidos pelo desespero, que não podem trazer de volta quem se foi nem nos fazer sentir melhor a longo prazo.
Depois, vem a reconstrução. Quando vivemos próximas demais de alguém, a vida muda, fica dupla. É hora de lembrar nossas necessidades. Quais eram nossos planos antes da história começar? O que deixamos para trás nessa relação? Não precisamos ter alguém ao lado para estar inteiras. Esse buraco que fica é um vazio só nosso, que preenchemos com pessoas a título de amor. Errado. Precisamos tapá-lo sozinhas, resolvendo nossas carências, enfrentando nossos medos, nos tornando pessoas completas. Por nós e pelas nossas próximas relações: quem precisa de alguém para ser feliz não o será, nem sozinha, nem com companhia nenhuma.
E sim, táticas práticas, como tirar as lembranças de perto, ir a lugares que não estão marcados pela história, mudar de sala, de emprego, de cidade até, arranjar um caso novo, isso tudo pode ajudar por um tempo. Mas não podemos fugir de nós mesmas, e nenhuma mudança externa resolve se não evoluímos por dentro. Pode-se aprender com a perda, mas somos nós quem temos que tirar essa lição.
Quanto tempo leva? Tudo demora quando temos pressa, mas tenho uma teoria. Uma vez fui a um endocrinologista, querendo emagrecer dez quilos nos dois meses que faltavam para o verão. Ele me perguntou quanto tempo levei para engordar. Um ano, respondi. E o que ouvi foi o seguinte: você não vai conseguir perder dez quilos de forma saudável - e permanecer magra - em um tempo menor do que aquele que levou para engordar. Seu corpo e sua cabeça precisam de tempo para se adaptar a um novo estilo de vida.
Pensando nas minhas histórias de fim, percebo que para superar levei o mesmo tempo que precisei para chegar ao auge da paixão. Às vezes uns meses, às vezes anos. E, como nas dietas, tive que dizer não para mim mesma - e para os outros - muitas vezes. Como nas dietas, pensei em desistir, dar uma escapadinha ou fazer loucuras. Mas, quando acreditei que a vida de antes não valia mais a pena, consegui reunir forças para continuar. E cheguei lá: sem a dor dos homens que perdi, sem os quilos que ganhei. Boa sorte.
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