quarta-feira, 17 de março de 2010

Não será um texto passional...

Não será um texto passional...com todos aqueles choramingos eu prometo.
Embora esteja passando pela pior fase, sofrendo e sangrando diariamente...estou amando.Amando a vida...coisa esta que tinha o maior medo de não acontecer durante todas as tempestades...Eu sou romântica isto é fato: "Românticos são loucos e pirados, e acham que o outro é o paraíso."...Mas esta escravidão...eu não quero mais.Quando de fato ,amei de verdade...experimentei o amor alentador, calmo e discreto, estraguei com minhas manias e necessidades fúteis.Me arrependo, eu digo.Ah se a gente pudesse ter uma bola de cristal e saber quais serão todas as consequencias de nossos atos e ter sempre um espelho mágico para nos aconselhar antes de fazermos as "merdas".Mas não, a vida não é assim.E mesmo que fosse (como em efeito Borboleta) mesmo os atos que pensamos fazer certo, terá algo de errado...
Todos sofrem eu sei...Já sofri outras vezes , e outras vezes passou.Aprendi muitas coisas....coisas estas que não foram suficientes para manter o teu amor vivo...e o que aprendo hoje com o que sofro , talvez não será suficiente para manter outros amores...(espero que seja, pois já cheguei no limite da cota de sofrimentos amorosos)...
Tive atitudes duvidosas eu sei...palavras insalubres eu sei...Mas fui outra a partir da pontada da dor.A dor transforma também...e me transformou numa esquizofrenica assassina...Meus impulsos, palavras sombrias, manias suicidas, foi a dor que gerou, e agora tento enterra-las (mesmo que vivas) diariamente...
Tuas palavras, aquelas querelas , foram sim certas.Amor não pode ser dependência...Mas eu não dependia ....e não dependia por que tinha-o ao meu lado.Passei a depender quando foste embora, e o desespero me fuzilou com balas de festim que pra minha má sorte do dia fatídico não me mataram de vez....Digo "do dia"...pois tudo o que eu queria naquela hora era sim morrer...não acordar mais.Depois a gente acorda e vê tanta gente nos amando que desiste por uma simples piedade dos outros...As vezes sem querer sou doentia.Mas isso já não mais importa.
O amor também depende...acho eu.Minha mãe também me quer do lado, e quando não me tem se desespera...O filho chora a falta do pai...da mãe.Isso não é normal?Se desesperar quando alguém que amamos parte pra longe de nós?
Talvez eu esperasse muito do meu amor...Talvez tenha me prejudicado.Mas a intenção não é sempre a mesma?Amar e ser amado ?Ou por acaso é propriedade do amor somente amar e não esperar ser amado ?
O que tenho agora é uma super vontade de viver...de queimar todos os meus livros e de sair nua pelas ruas...Não a nudez física...mas a nudez de experiências parcas e livrescas.Que vontade de conhecer gente , de comer cachorro quente na barraca do Sr Manuel, de roubar coisas de lojas muito chiques, de largar me ao vento.
Sempre tive tanta inquietude intelectual ...de querer saber de coisas e mais coisas, de devorar os livros , filmes e musicas...
Mas o que desejo agora é uma motocicleta correndo numa estrada á 120 km por hora...vento no rosto ...dormir em hospedagens, pedir carona...gastar dinheiro (ele realmente existe para ser gasto).
Dinheiro tenho pouco...e agora ainda resolvi investir mais da metade em um curso de pós graduação.Aliás diga-se de passagem...que ótimo curso...Os três anos de pedagogia com mulheres chatas e escovadas valeram a pena , só pela possibilidade de estar agora cursando ensino da arte...
Mas nunca me senti tão necessitada de dinheiro como agora...viajar, conhecer novos lugares, novas pessoas, fazer um curso de bar tender, fazer tatuagem, comprar instrumentos , fazem parte dos meus planos...Então agora , sabendo de meu amplo talento de choramingar bolsas de estudo, irei até a caixa económica para solicitar um financiamento da pós.Não quero ficar apertada...quero sair , ir ao cinema e até ao mc donalds de vez em quando , para sair da rotina.
Ah viver viver viver...viver é a solução.Sou pouco instruída de vida , eu diria.E os livros não são tão sinceros...

"Não há castigo infinito. Não há dor infinita.
Um dia a gente termina para começar,
começa para terminar,
refaz o percurso como se nada tivesse acontecido antes.
Deixe-me apenas uma cadeira de palha,
amarela,
para olhar com piedade o que fui
e me deslumbrar com as ruínas" (Carpinejar)

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