Uma bela cabeleira prateada
Pouco delirante;
Tal como o penacho de uma cacatua
Olhos vivos e miúdos que revelam mansidão
De fronte saudos e convidativa
Me alucinou o ventre
Me alegrou os rins!
Tinha gemido como uma cousa impura
Tinha a boca escancarada
E alegre, e molhada e devassa;
Una e santa boca
Me engolia e me inchava.
Ecoava o mesmo som das trombetas celestes apocalípticas
que me arrancava das garras satânicas.
Em breves instantes
Uma vastidão de volúpias tátaras
Ou divinas
Dessas que se tem medo de sentir
Uma comoção descomunal.
Uma vivaz plantação de petúnias.
Idólatra àquele corpo sutil
Àqueles gemidos lugubres
Àquela boca descancarada
Tudo se ordenava e se tinha sentido.
Com o espírito arrebatado por um alívio extraordinário,
presa de alegres e obstinadas suputações,
Sentia a dança de petúnias em meu ventre!
Com que proveito e crescentes delícias
destrinchava meus infernos!
Cativavas meu coração sem ofenderes meu espírito!
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