sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Revirete Episcopal

Ao nitrato do teu corpo
Reverberações míticas
Volúpias internas
Bárbaries semíticas

Inquietação do meu corpo
e espíriro uno.
Soberbo animalismo
Vá e promulgue
minha cólera epitelial e climatérica.

Clima, colo, clitóris?
Aperte contra a reviravolta.
Endoideça!
Amargure o coração de formiguinhas operárias.
Formule fórmulas fétidas de física...
Reverbere, reaguce, reconsidere...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

11° dia


Fraco de aventuras!Páre de criar abismos obtusos e fétidas histórias no teu colo mestiço e sem cor.Não semeies mais a única gota de teus mares.
Imploro: Não decepes minhas entranhas, e ofereça teu bom beijo às virgens caladas.E não a mim, que não tenho discórdia enterrada no peito.Arme as armadilhas do teu corpo meio mulato e tão cheio de pêlos inertes, que tanto deixam essas gurias de nádegas endurecidas e fátuas, endoidecidas de tesão ardente.Por quê te amo tanto?Não rapaz, não me questione.Esse é o mais lânguido mistério.Sou uma cápsula de alienação!Nada em mim é desvendado.O que há é somente conjecturas.Não te intimides ao me ver a esmo caminhando pela tua célebre avenida.Preciso do mesmo oxigenio que tu respiras deficitado para alegrar meu coraçãozinho bobo e pueril que tanto usas como um lencinho de papel para assoares teu nariz catarrento.
Não.Não me encolherei mais nos teus braços.E no decorrer de um 11° dia, talvez te encontre propositalmente, e tão cosmeticamente bonita e fragrante.
Seduzir-te-ei com saias e tranças longas.E tu virás louco e faminto de carne andrógena e borbulhante, pra me conhecer outra vez...num lugar imundo em que gemerás uma ceresta e te viciarás nas minhas vísceras pudicas.E regozijarás no meu árduo e sufocante amor imundo...E eu fraca e insone, voltarei novamente solitária ao meu leito quente, de sorriso aberto, após teu beijo tempestuoso...e então esperarei por mais um 11° dia.

Estúpido dia feliz

Eu confesso:
Todo meu vapor ungido
que saiu das sendas do corpo
gélido em brotoejas.
Todo o amor fresco e jorrado,
de meu peito trêmule e indiscreto,
que um dia quis viver e não pôde.

Toda singeleza de tempos antes
em que guardado tornava-se fértil
e difusa em insignificâncias
tentei ao máximo ser verdadeira...
(...?)
Estúpido, o dia este.
Tu beijas as bocas mais sujas
e se esconde.

O meu- teu elo?
Como, se corres feliz enquanto durmo?
O teu beijo inteiro?
Como se minha fração é periódica?
Pare de me oferecer o teu casaco!
O frio que sinto não é de corpo.

Então, num dia feliz,
Espero não pôr meus pés cansados
num ônibus maltrapilho;
Espero só te conceder
uma caneta barata,
para que escrevas na minha tez pálida,
um disse-não disse.

E nesse mesmo estúpido dia
Oh!Estúpido dia feliz,
Dirias: - Te amo, mas não me incomodo!
O amor que te tenho, não me causa dor
ou coisa alguma.
O amor que te tenho
não transborda, nem treme.
É silencioso.
Eu não me importo!
Poderia ficar miríades e miríades de anos,
que não me movo!

E eu com os ossos fracos responder-te-ia:
- Saúde
Um brinde a teu amor quieto!!!

De canabis

Tinha me esquecido
Como é difícil manter a calma
e o equilíbrio
em cima de um avestruz lépido.

Tinha me esquecido,
Do dia que fui feliz.
Do dia que adoeci.
Do dia que vibrei à fome.

Tinha me esquecido,
Como se apaixonar
e como ferver o leite de manhãzinha.

Me esqueci das perguntas dúbias...
e de todo o resto.

Ao maldito Poeta

Quando encostar
tua maldita cabeça vazia,
Neste travesseiro babado,
Cheirando a vômito,
Lembre-te de mim
Ó Belo Pedreiro!

Tu comungaste de meu sangue cardíaco
Riste da minha libido vulgar
Apraziste de minha insolência madrigal

Tens o esplendor
de um príncipe cadavérico.
O andar insidioso
de quem procura vaginas alegres.
O sorriso amarelo de canabbis e tiúba.

Imundo!
Pões concubinas no teu santo colo
Investe em modinhas fantasmagóricas
Canta indolentemente na janela da tua alcova
Cerestas ambivalentes e anestésicas.

Me fura o peito!
Me esvazia, oh ardiloso arquiteto!
O que eu mais desejava,
nunca foi teu langue corpo.
Era teu sangue febril
Era tua testa sintetizada
Era teu espírito!
Teu leve e suave espírito.

E tu,desentendido homem
Vens me oferecer teu paradoxo nu frontal?
Tua carne esverdeada?
Teu umbigo homofônico?
Ignóbil!
És maldito,
Enfermo,
Incrédulo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Versos Rasgados

Rasguei os versos
Contidos e incontidos
Preditados e prevaricados
Pra vê se me acalmava

Meus versos me entretinha
Me salvava
Rasguei os versos
Pra vê se me divertia

Um pedaço de hóstia na boca de um leão
Sofri horrores
Rasguei os versos
e depois o corpo.

Pérola Calma

Pelo vislumbre das sombras indecisas
Pelo vociferar de recém nascidos
Pelas dialéticas de leões famintos
Aprendi a me acoitar

Mulher não seria
A uma infanto interna estou condenada
Emergi das cinzas
Desuni os pontos.

Nos adoráveis Andes
Sentindo um frio glacial
Gozei de um pique-nique metafísico
Alegrei as casas soturnas e te convidei pra dançar.

As músicas eram estranhas
meio que indigestas;
ou náuseabundas!
Mas ainda assim...
dançaste graciosamente
com passos sincronizados
Voavas como uma gaivota virgem
Cuspias um liquido dourado e entorpecente,
Que eu bebia, morbidamente
e deliciosamente...
me punha bêbada.

E a tal pérola calma
Se desiquilibrou
E agora chóra de desespero
Ela se perdeu nas próprias angústias
Se perdeu no tempo
Se esquece de sua idade.

A tal pérola calma
Se desmitificou
Se tornou densa e oculta.
O tempo todo ocupada com conjecturas.

O Sacrílego

Elegante
Me trouxe à vida,
Há muito perdida nos botecos solitários
Há muito envolvida com perdições mundanas.
Há muito procurando sem sucesso
o que tu me deste tão despreocupadamente.

O teu gemido me era música
Tua boca semi-aberta ecoava o ares da volúpia.
Ecoava o teu mistério!
E tu, me ludibriavas todo o tempo!

Tu fazias quimar em doce quentura
Fazias teimar em doce loucura.
Em ti via surgir , o que de mim se espanta.
E sem crer no que fazer, me ordenava o sacripanta:
-Me devore por inteiro, puta ou santa.

Á beira abissal

Uma bela cabeleira prateada
Pouco delirante;
Tal como o penacho de uma cacatua
Olhos vivos e miúdos que revelam mansidão
De fronte saudos e convidativa
Me alucinou o ventre
Me alegrou os rins!

Tinha gemido como uma cousa impura
Tinha a boca escancarada
E alegre, e molhada e devassa;
Una e santa boca
Me engolia e me inchava.
Ecoava o mesmo som das trombetas celestes apocalípticas
que me arrancava das garras satânicas.

Em breves instantes
Uma vastidão de volúpias tátaras
Ou divinas
Dessas que se tem medo de sentir
Uma comoção descomunal.
Uma vivaz plantação de petúnias.

Idólatra àquele corpo sutil
Àqueles gemidos lugubres
Àquela boca descancarada
Tudo se ordenava e se tinha sentido.

Com o espírito arrebatado por um alívio extraordinário,
presa de alegres e obstinadas suputações,
Sentia a dança de petúnias em meu ventre!
Com que proveito e crescentes delícias
destrinchava meus infernos!
Cativavas meu coração sem ofenderes meu espírito!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Enlace Trevesco

Ignoto!
Parecia-me tripudiar no Lago dos Cisnes
Parecia-me carneficina em templos cristãos.
Via crostas e cristos se enlaçarem nas amendoeiras

Sonhei que me deparava
com tua testa cravada com uma estaca.
E te rias como criança satisfeita.

Sonhei com teu miserável corpo langue
Se esvaindo em sangue
Sonhei contigo descendo pelo ralo
E rindo...

E ria um riso bondoso
Um riso gosmento
Salivava mais que um bode
Ou uma vaca
Morbidamente...

E a tua pupila inchava
E exorbitava
Brilhava, lacrimejava
Parecia-me um retardado
Que morria bobo alegre

Tua camiseta era verde
Tua calça bege era verde
Teu chapéu, teus óculos
Teu sexo era verde

Missiva para Roberto


Misturei tudo aquilo
Aquelas coisas que tanto diz loquaz
Barbas ruivas...tens mestria em meus pensados.
Pra quê tudo se tenho teus pronomes?

Amo o trem das três que me leva ao teu berço;
Amo aqueles ditos e polidos,
E verdades que conduzem e coeficiam
Minhas pernas e asas curtas.

Ilustre!
Varre o portal.
Prediz em vasta elegância e seduz
Com as escritas cristianas.
Acende um cigarro
e me pergunta sobre a plivalência cósmica.

Entristeci!
Não guardei as festas de guarda.

Acordei assim

Acordei assim
Com um sentimento invejável de bem viver...
Odiada ou não, olho o espelho e vislumbro um arco-íris
Mais ou menos amigos?Pouco importa...
Tenho estado louca ultimamente...e apaixonada por mim mesma...
Critico-me
Elogio-me
Abasteço-me
Deixo nas mesas de bar as angústias...
E nos domingos tomo inúmeros banhos de sol.
Escurece um lado de mim?Quão bom é não ser tão clara.
Tenho vivido bem afinal.