domingo, 22 de agosto de 2010

Caramelo e Nicotina


Ele tinha cheiro de caramelo.Claro que não tinha.Ela imaginava...Tinha vontade de o sorver como caramelo, e por isso sentia o cheiro.Ela o queria.E ele tambem...
-Gosto de você.Gosto de seu charme.
Disse ele lhe segurando as mãos.
Ela enrusbesceu, como era comum erusbescer diante de um homem.Ela era uma menina.Ele exaltava seu bom gosto:
- Você é como poucas.Quero que venha comigo.Para minha casa.Vamos sonhar juntos.

Ela não titubeou.Ele era o que ela queria.Sua voz era prazerosa, seu toque sorrateiro era como mel.E ele cheirava a caramelo.Ela queria todo o seu caramelo.
De repente estava de lingerie negra em seu sofá com um charuto entre os dedos e um copo de vodka no chão.Lia em voz alta Tolstói: "A arte é um dos meios que une os homens."
Ele a calou.Fechou seu livro.Tocou seu corpo.Ele não a tinha tocado até então.Deixou que ela fosse ela...que ela se esgueirasse pela sua casa como um filhote de cobra.Quando se despiu, despiu apenas sem motivo.Não queria nada, apenas se livrar de uma casca metropolitana.E ele a observou.Observou a simpleza de seus gestos.Uma mulher que tira a roupa para ler Tolstói e ignora o mundo ao redor.Ela era linda e livre...mas triste.
Ele a tocou e o charuto caiu no chão.Ela enlaçou-lhe o pescoço procurando sua boca.Ele desviu para os seus seios.E o cheiro de caramelo ficou ainda mais forte e se misturava a nicotina presente no ar e tudo era levado pela torrente de seu desejo.
Os beijos no corpo provocam gritos suaves dela.E ele a beija ainda mais.
Foi consolada.Acabava de nascer quando ele arrancou suas roupas intimas.Ele ainda estava vestido.E a observava atônito, como quem observa um milagre.Ela se deixou...Não queria interromper o momento miraculoso daquele homem sóbrio...de sobretudo e cachecol.
Ela se desembrulhou e se entregou de presente.Mas ele a tomava como uma dose de uísque envelhecido:^Sentia todos os cheiros das sendas de seu corpo alvo e depois molhava seus labios com todos os liquidos de seu corpo...para depois bebê-la em completude.
- Eu te amo!, foi o que ela teve vontade de dizer naquele momento, mas nao disse, apenas sentiu seu deleite de moça.
Ele era um homem livre, e com toda aquela liberdade que enxergara nele descobriu que ela própria não era livre.Se sentia pequena agora dentro daqueles braços pesados de homem e não queria mais sair.
Ele a beijava carinhosamente e não dizia nada.Apenas beijava-a , e cheirava seus cabelos cor de cobre.Para ela o mundo poderia acabar ali, e ela continuaria enrolada nos seus braços com cheiro de caramelo e nicotina.
-Não vai falar nada?, arriscou ela para iniciar qualquer diálogo.
-O silencio te incomoda?
- Não às vezes.Mas é preciso saber quem é o dono do silencio para que eu me incomode ou não.
- Bem , eu sei que você é uma pessoa incrível, a quem tenho muita afeição.O teu silencio não me incomoda.
-É?
- Sim. O meu te incomoda?
- Não..quero dizer não sei.
- Está com medo minha pequena?
- Não, quero dizer não sei.
-Agora você quem ficou silenciosa.
- Acho que estou com medo..
- Posso saber de que?
- Da sua perfeição masculina.Você é perfeito pra mim.A sua conversa , o seu cheiro,as suas idéias, a sua música...o tamanho do seu sexo...
- Você é ótima, interrompeu ele com uma risada, entao o tamanho do meu pênis é perfeito pra você?
- Sim é.
- E como assim, qual é o tamanho dele ?
- Não sei dizer, só sei dizer que a minha vagina se sentiu protegida por ele.
- É a primeira vez que escuto falar em proteção de vagina através do pênis, disse ele com mais uma risada.
- Eu também , mas foi o que eu senti agora.
Ele se calou.E voltou a beijar seu corpo...E ela voltou a explodir toda por dentro...idilicamente.Ela queria fujir, agora mesmo, mas o prazer lhe agarrava fortemente.Entao cedeu ....E ficou ainda enrolada por mais tempo naqueles braços caramelados e nicotinados...

Um comentário:

Maryllu disse...

Beijo na testa, só se for do meu pai... NO way...