sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um domingo sem flores


Durante uma viajem barulhenta
para um casulo de artes paranoicas,
a moça triste derramou lagrimas escutando Piaf.
Chegou cedo a um bar de alegrias e pensou no dia de ontem...
Quando um moço feliz de nariz vermelho e largas botas
lhe ofereceu um sorriso de alcatrão.
Ela riu sobriamente e abraçou o moço luminoso com cheiro de jasmin.
O moço de nariz vermelho, largas botas e sorriso de alcatrão,
amenizou o dia da moça triste com coreografias circenses suaves e palavras cotidianas.
Lhe ofereceu um cigarro...
Foi embora...
Deixou que a moça pensasse em sobretudos.
A moça encontrou quem deveria...
Chorou com textos sobrios...
Bebeu tiúba...
Caminhou..
Encontrou quem nao deveria...
Chorou pela terceira vez...
Deu adeus...
Atravessou a ruas...
Fumou oito cigarros...
Cochilou.
Acordou de repente.
Voltou para o lar...

Ao chegar encontrou o moço luminoso
de nariz vermelho,
largas botas,
cheiro de jasmin,
e sorriso de alcatrão
estirado no seu leito de ausência...

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