terça-feira, 14 de junho de 2011

Entre sem bater


Maiden, The / 1912 - 13 - Klimt




Meu caro... escute agora esta lástima: - Meu desejo agora é o de deixar de ser beliscada...de ser lanchinho...o café da manhã de sua segunda-feira.QUERO SER BANQUETE!
O banquete que te alimentaria de verdade... te saciaria e me saciaria sendo eu comida.
No outro dia então poderias procurar outras especiarias, longe de minha mesa enquanto eu fosse por você digerida...
Ser lanchinho é muito pouco pra quem deseja ser banquete... pra quem deseja ser pasto de touro.
SER Pasto DE TOURO...
O touro forte e onipotente que tens entre as pernas... o touro colossal, talhado e esculpido como obra de arte, digno de um monumento de praça...que apenas vislumbrei em breves instantes diuturnos de uma segunda-feira que nem sequer encostei a ponta dos dedos.
Eis o que percebo: Quero ser pasto de touro... lambida , cheirada, deglutida ...RUMINADA.
Que o grande touro escale as paredes vaginais e ao chegar ao topo grite... grite qualquer coisa.
Qualquer coisa...
Grite!
Deixe que o grande touro cuspa o substrato vibrante vital em qualquer canto do corpo...
Qualquer canto.
Fiz frases de palavras que tirei do útero com os dedos.
Leia então agora meu invento pueril domesticado que tirei com minhas próprias mãos... com meus próprios dedos ( entrandoesaindoentrandoesaindoen ) pra colocar agora em linhas tortas presenteando-te ou pedindo-te uma noite sem pesadelos.
Uma ou duas...
Ou três...
Ou...

Percebi que seu cheiro não fica no corpo... e que esqueço do seu toque toda vez que paras de tocar...
E que o seu gosto escorre no mesmo momento em que te percorro com a língua...
Como então guardar numa caixa de sapatos tudo isso? (o seu gosto, o seu cheiro, o seu toque) Como levar numa caixa de sapatos para antes de dormir sentir tudo aquilo de novo? E quando acordar nos primeiros raios de sol possa sentir tudo de novo?...E à tarde quando tudo é tédio possa sentir tudo de novo?...E quando a mãe encher a casa de ladainhas cristãs eu possa sentir tudo de novo?
Para a qualquer momento do dia eu possa abrir a caixinha e tirar um pouquinho de gosto, um pouquinho de toque, um pouquinho de cheiro teu... como um cigarro tirado da carteira para sentir um pequeno prazer...
Estou escrevendo isso tudo de pernas escancaradas e olhos cerrados imaginando coisas...
Imaginando seu corpo todo cru destemperado...
Imaginando seu rosto enterrado entre as minhas pernas...
Imaginando minha boca fixada no teu colo...
Imaginando meus cabelos presos nos seus dedos...
Imaginando qualquer coisa tua que santifique meu corpo...

Agora vejo: de maneira nenhuma consegui me expor.
Meu estado talvez não possa ser escrito ou pintado.
Então de qualquer forma: Entre sem bater... entre me batendo ...Penetre e fique...

Um comentário:

Anônimo disse...

O que senti ao ler esse texto "não pode ser escrito nem pintado", não pode ser dito! Lindo e quente pedido... Não há quem possa resistir... Besitos amiga!